Na noite desta segunda-feira (22), o foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu apenas segundos após seu lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara, localizado no Maranhão. Este acontecimento impediu que se realizasse o primeiro lançamento de um foguete orbital a partir do Brasil desde o ano de 1999.
Imediatamente após a decolagem, foram registradas imagens de uma grande nuvem de fogo envolvendo o veículo, evidenciando a perda total do foguete. Até o presente momento, as causas do desastre ainda não foram esclarecidas, e a Força Aérea Brasileira não se manifestou oficialmente sobre o incidente.
Essa tentativa de lançamento fazia parte de uma colaboração inédita entre o Brasil e uma empresa privada estrangeira, sendo vista como um avanço significativo na recuperação de projetos espaciais no país. No entanto, o fracasso dessa operação representa um revés, já que não são realizadas tentativas de lançamentos orbitais desde 2003, quando um acidente similar interrompeu as atividades.
Em 2003, uma explosão de um foguete ainda em solo provocou a morte de 21 pessoas e paralisou as operações em Alcântara por vários anos. Apesar dos desafios, o governo brasileiro se mostra comprometido em rehabilitar a base, que é tida como estratégica devido à sua localização próxima à linha do Equador.
O HANBIT-Nano é um lançador orbital de dois estágios, projetado para transportar até 90 quilos de carga útil a uma órbita de cerca de 500 quilômetros de altitude. O projeto envolveu a colaboração de 247 profissionais, sendo 102 deles engenheiros atuando nas áreas de pesquisa e desenvolvimento.
Com altura de 21,8 metros e diâmetro de 1,4 metro, este foguete pertence a uma nova gama de lançadores menores, voltados para missões mais rápidas e econômicas. Essa tecnologia é especialmente direcionada ao mercado de pequenos satélites, que cresce e se expande de maneira global.
A tentativa de lançamento que ocorreu recentemente foi marcada pelo terceiro adiamento feito pela FAB, decorrente de um funcionamento anormal intermitente em uma válvula de ventilação do tanque de metano líquido no segundo estágio, identificada durante o abastecimento do foguete.
Anteriormente, o lançamento foi remarcado do dia 17 para 19 de dezembro devido à necessidade de substituir um componente no sistema de resfriamento do primeiro estágio. Inicialmente, a decolagem estava programada para 22 de novembro, mas também foi adiada por falhas intermitentes observadas em testes aviônicos realizados pela FAB.
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