A discussão sobre o reajuste do piso salarial nacional do magistério para 2026 começou a se esclarecer nesta segunda-feira (15). Durante um evento em Campina Grande (PB), o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o aumento previsto para os professores da educação básica não deve ser inferior à inflação, reafirmando o compromisso do governo federal em preservar o poder de compra da categoria e valorizar a carreira docente 📚.
Essa declaração foi feita em entrevista à imprensa após a inauguração de um novo bloco na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulta e a ampliação da internação pediátrica do Hospital Universitário Alcides Carneiro, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), momento em que o ministro também deu posse ao novo reitor da instituição.
Percentual ainda não foi divulgado
Quando questionado sobre o índice de reajuste do piso nacional do magistério para 2026, Camilo Santana adotou um tom cauteloso. Ele informou que o percentual oficial de correção será divulgado apenas em dezembro, após a consolidação dos dados que fundamentam o cálculo do piso.
“Precisamos aguardar o percentual de correção que será anunciado em dezembro para que possamos determinar a decisão a ser tomada. O crucial é que os professores não recebem menos que a inflação”, enfatizou o ministro.
Essa declaração surge em meio a um clima de apreensão entre educadores e entidades que representam a categoria, especialmente após projeções preliminares que indicam um reajuste modesto, afetado pela variação do Valor Aluno Ano do Fundeb (VAAF), que orienta a atualização do piso, conforme a Lei nº 11.738/2008.
Garantia do piso e diálogo com estados e municípios
Além de discutir a reposição inflacionária, Camilo Santana destacou que o governo federal vem trabalhando para assegurar o cumprimento do piso salarial por estados e municípios. Um grupo de trabalho foi criado com o objetivo de discutir a sustentabilidade financeira do pagamento e buscar soluções conjuntas.
“Estamos formando um grupo de trabalho com representantes dos professores, municípios e estados para garantir a sustentabilidade e o efetivo cumprimento do pagamento do piso. Há várias ações judiciais em andamento no Brasil onde o piso não está sendo pago”, explicou.
A questão é delicada. Apesar do piso salarial nacional ser uma conquista histórica da categoria, a plena implementação enfrenta barreiras e obstáculos orçamentários em diversas redes de ensino. Frequentemente, a falta de pagamento resulta em disputas judiciais e amplia a desigualdade entre os profissionais da educação nas diferentes regiões do país.
Contexto: piso do magistério e valorização docente
O piso salarial nacional do magistério é um parâmetro para professores da educação básica pública que trabalham 40 horas por semana. Atualizado anualmente, ele se tornou um dos principais instrumentos para valorizar a carreira docente, estando muitas vezes no centro de discussões políticas e fiscais.
Recentemente, o Ministério da Educação tem reforçado que valorizar os professores é fundamental para a melhoria da qualidade da educação básica. Programas como o Mais Professores para o Brasil e iniciativas para formação continuada e ingresso na carreira fazem parte desse esforço.
Ao garantir pelo menos a recomposição da inflação para 2026, o governo busca responder a uma demanda histórica da categoria: evitar as perdas salariais reais em um momento de aumento do custo de vida e da crescente complexidade do trabalho docente.
Expectativa do setor educacional
Entidades sindicais e especialistas em educação estão atentos aos próximos anúncios do MEC. Para muitos, a reposição da inflação é vista como um piso mínimo aceitável, mas não suficiente para enfrentar a defasagem acumulada em comparação a outras carreiras de nível superior.
A expectativa é que o percentual oficial seja anunciado nas próximas semanas e que venha acompanhado de diretrizes claras para estados e municípios sobre como realizar o reajuste. Até lá, as falas do ministro Camilo Santana servem como um sinal político importante: o governo federal não tem a intenção de aprovar um reajuste que represente um retrocesso para os professores.
Enquanto isso, a categoria permanece mobilizada, aguardando a definição final e reforçando a cobrança por políticas públicas que garantam não apenas a manutenção salarial, mas também progresso real na valorização do magistério no Brasil.
Relacionado
Descubra mais sobre O Vianense
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.